domingo, fevereiro 01, 2009

Milk...



Em 1977, Harvey Milk ganhou as eleições para supervisor da cidade de S. Francisco, tornando-se assim o primeiro homossexual assumido a ser eleito para um cargo político de importância nos Estados Unidos da América. Milk é uma figura lendária dentro da comunidade Gay, e não só. Durante os 6 anos que se dedicou à política, batalhou incessantemente pelos direitos dos homossexuais, dos idosos e de outros grupos habitualmente marginalizados pela sociedade. No entanto, é pelo seu papel de activista pelos direitos dos homossexuais que é mais conhecido. Depois da sua morte, consequência directa da sua actividade política, ascendeu quase à categoria de santo no mundo gay. Para Gus Van Sant, este filme foi feito para as novas gerações, para que conheçam o papel fundamental de Milk e as mudanças que instigou, podendo este continuar assim a ser lembrado e admirado no futuro.



As palavras de Milk, num dos últimos discursos, são de uma coragem enorme: «Algures em Des Moines ou San Antonio, um jovem homossexual pode abrir um jornal e ler: “Homossexual eleito em S. Francisco” e saber que há esperança para um mundo melhor, há esperança para um amanhã melhor.”


Gus van Sant dá-nos a visão de um homem que, sem ser especialmente brilhante ou talhado para a política, transforma a sua inocência em mais-valia e a sua diferença sexual minoritária em causa social, cívica e além-fronteiras, até chegar ao êxito merecido. Mas um homossexual com poder “it’s scary!”. Ameaçado de morte desde o primeiro dia em que decide entrar na política, Harvey Milk vai habilmente servir-se da sua própria insegurança, que é a mesma do movimento gay daquele tempo, para propagar a mensagem de tolerância que mais tarde o levará ao martírio. O seu lema resume-se simplesmente a isto: o direito à diferença.


Um filme brutalmente fantástico… algumas cenas demasiadamente explicitas, duras, mas igualmente importantes no contexto da acção. Um filme apaixonante, não apenas pelo tema em si, mas pela força e coragem de um homem, que soube fazer de uma parte da sua vida uma luta constante pelos direitos de todos. Um filme empolgante, apaixonante… que mostra como a aceitação de todos como iguais faz toda a diferença. E aqui não me referiu apenas ao contexto homossexual… mas as todas as outras formas de exclusão.
Recomendo vivamente dar um pulo ao cinema… e sair com as palavras de Milk: “não vivemos de esperança, mas nunca a podemos perder.”


Beijos e sejam felizes…

Sem comentários: