quarta-feira, novembro 04, 2009

sou contra o Casamento Homossexual...


O Casamento é uma instituição pré-Estado e extra-Estado, em primeiro lugar! Nasce muito antes de nós, ocidentais, termos Estados centralizados e organizados com leis codificadas. É uma instituição definida pela sociedade, enquanto “corpo”, e, por maioria de razão, só deveria ser por esta alterado, e não pela “conveniente” mão do Estado. Mas este nem é o meu maior problema. O meu maior problema é a principal argumentação a favor: Somos uma República Democrática com igualdade de direitos e ninguém pode ser descriminado pela sua orientação sexual.

Isto é um argumento perigoso. Muito perigoso. Porque, se eu admito legalizar o casamento homossexual com base nesse argumento, i.e., o casamento é uma união entre duas pessoas que se amam, independentemente do seu sexo, o que me impede de legalizar, por consequência lógica, a poligamia e o incesto?

Antes de me acusarem de “gajo de direita radical” – pensem um pouco no argumento: duas pessoas com laços de consanguinidade estão proibidas de se casarem. Porquê? Porque a sua prole herdará uma “base genética” que poderá revelar-se anómala. Estamos a descriminar? Bem, em abono da verdade, sim. Estamos a descriminar duas pessoas que se amam. Também estamos a proibir este tipo de casamento com base na consequência e objectivo desse acto – criação de família. Devemos legaliza-lo? Não! É um facto: famílias que partilham a mesma base genética, fruto de casamentos consanguíneos, são propensas a anomalias e doenças genéticas.

“Isso não tem nada a ver com casamento homossexual”. Não? O argumento é o mesmo: não descriminação por orientação sexual. Se duas pessoas do mesmo sexo se amam, devem poder casar. Se dois irmãos se amam, devem poder casar. Vêem como foi simples? Aceitar o Casamento Homossexual, e a consequente destruição da instituição tradicional do casamento, é aceitar um mar de novas excepções. Incesto por um lado, Poligamia pelo outro. Excepções que eu não estou preparado, nem tenho qualquer intenção, de fazer.

Há alturas em que a igualdade não se aplica. Trate-se de modo diferente o que é diferente.

Com o subsidio do blog do sub lege libertas
Beijos e sejam felizes...

2 comentários:

F disse...

Ao ler o teu post deu-me vontade de rir.

Todos sabemos que és contra, argumentas a tua posição fervorosamente, e à medida que o debate avança vais arranjando mais e mais argumentos para a tua posição.

Espanta-me o teu contra. Conhecendo tu como conheces a realidade homossexual , não me deixa de chocar a tua posição. A minha posição é contrária à tua, quero casar com um homem, quero ter esse direito. Sei que me aceitas, no entanto como dizes “não vou ao teu casamento, caso isso seja legalizado”. És uma pessoa de mente aberta, falas sobre tudo, aceitas tudo e depois isto!

No entanto respeito e até fico orgulho de te ter como amigo. Sempre sem medo, nem receio de dizeres o que pensas, o que achas, o que sentes.

Opiniões são opiniões e a tua é apenas lamentável :)

Abraços, F

Zeca disse...

Só tenho a comentar duas coisas: primeiro acho engraçado meteres o incesto e a homossexualidade no mesmo cesto. Incesto é uma classificação com base na relação familiar dos envolvidos, nada tem a ver com a orientação deles. Homossexualidade é então a orientação sexual onde uma pessoa se sente atraída por pessoas do mesmo sexo. Daí não compreender o teu "receio" que a aprovação do casamento homossexual leve à necessidade de aprovar o casamento entre pessoas da mesma família próxima. A Constituição fala de Orientação Sexual, nada diz sobre uniões dentro da família.

O outro ponto é que novamente a sociedade é aquilo que fazemos dela. A sociedade definie hoje o casamento o que é actualmente, e bem sabes que já foi bastante diferente noutros tempos. Mesmo dentro do mundo actual o casamento tem realidades bastante diferentes, sendo que o único ponto em comum é o de duas (ou mais) pessoas se juntarem com um objectivo em comum...

Enfim, sempre o mesmo nesta matéria.. acredito que aidna vais mudar neste assunto, acho que um dia te vais aperceber do que realmente é importante e do que é acessório...

Abraço