terça-feira, novembro 10, 2009

catequese...


Sou catequista desde 1997, ou seja, quase 10 anos de catequista, 8 dos quais como Catequista de Adultos. Recordo o meu primeiro ano de catequista, fui “auxiliar” de uma catequista do 1º Volume, naquela altura as crianças chegavam à catequese com uma maior relação com a Igreja, sabiam estar na Igreja, sabiam benzer-se, as orações principais, conheciam minimamente Jesus Cristo. Tudo parecia mais fácil.

Agora tudo é diferente, as crianças que entram no primeiro volume, muitas vezes têm aí o primeiro contacto com a Igreja, não sabem nada, não conhecem e muitas vezes nem ouviram falar de Jesus Cristo. São filhos de pais que muitas vezes não conhecem a Igreja, não vivem a fé que muitas vezes dizem possuir. Mas mesmo assim “mandam” as crianças à catequese. E este “mandar” é importante. Pais com défice de aprofundamento da fé, mesmo assim acreditam nesta importante missão da Igreja.

A catequese terá de dar resposta a estes novos catequizandos. E como?
Sem margem de duvida, mudando urgentemente a forma de dar catequese. Mais do que reformular catecismos, teremos de apostar na formação de catequistas. Estes terão de estar preparados para responder aos novos tempos. Teremos forçosamente de passar de uma catequese quase escolarizada, para uma catequese que mostre de forma clara, convincente e consciente – o modo prático de viver a mensagem de Jesus Cristo. O catequista não pode apenas e só ensinar coisas, terá de fazer a ponte JC e a vida, a mensagem tem de fazer eco nas vivências de cada evangelizado. A catequese terá de ser atractiva, dinâmica, viva. E estaremos nós preparados para isso?

Na diocese de que faço parte, digo sem receio que não. Nos tempos que correm, é urgente em primeiro lugar, evangelizar os pais, evangelizar os adultos. Na experiência que tenho tido, encontro adultos com uma clara necessidade de Cristo, uma clara necessidade de aprofundar a sua fé, quase adormecida. E o que a Diocese tem feito neste sentido? Quase nada.

Suponho que após uma maior evangelização dos adultos, dos pais das crianças, a catequese torna-se mais fácil... e a fé daquelas crianças será vivida de uma forma mais sólida, porque também é vivida pela família... que entretanto foi ou está a ser evangelizada.

Inicio hoje a catequese de Adultos na minha paróquia e amanha na Paróquia do Luso.

Apesar do Directório Geral da Catequese de 1997 afirmar que "a Catequese de Adultos é uma forma privilegiada de catequese" a Igreja parece continuar a apostar na catequese da infância e da adolescência.
Estou ansioso para conhecer o novo grupo e fazer caminho com eles durante esta ano. Evangelizar adultos é sem margem de duvida, a forma de catequese que mais me realiza.

Em busca de referencias sobre a Catequese de Adultos, encontrei o texto que transcrevo, da Paroquia de Faro.

A Igreja “pretende buscar caminhos para uma catequese e formação permanente de adultos que os ajudem a viver o compromisso com Jesus e a sua proposta, numa Igreja de comunhão e participação. Isto implica em conhecer a situação sócio-cultural e religiosa dos adultos e as formas de catequese desenvolvidas junto a eles; reflectir uma espiritualidade e leitura bíblica que falem do adulto de hoje”

É urgente uma reflexão clara da Igreja, sobre a Catequese de Adultos. E quando trilhamos conscientemente esse caminho?

Beijos e sejam felizes...

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