terça-feira, março 03, 2009

Das histórias


Gostamos de histórias e precisamos de histórias. Acabaram os tempos em que um dos mais velhos e sábios juntava à sua volta miúdos e graúdos para narrar, com minúcia e drama, acontecimentos passados que perpetuavam um qualquer mito fundador.

Parece que nos desenraizamos das origens, que a continuidade das gerações se esbateu drasticamente, que uns tantos segredos, uns tantos tabus, alguns medos partilhados e sobretudo sensações de força e segurança que advinha da comunhão de ideias e crenças comuns já não faz falta. Ou então ainda faz, mas perdida a possibilidade de pertencer a alguém ou a algum sítio com carácter inelutável e de outros tempos e descartada a convicção de que a identidade própria se constrói num fenómeno de espelho do mundo em redor, entregamo-nos, sem remédio nem vislumbre de alternativa, a ganhar um dia de cada vez.

(…)

Assim, sendo, e à falta de melhor, narramos as nossas histórias, um dia de cada vez. Contamos com pormenor como nos correu o dia, como resolvemos questões, como pensámos um assunto. E partimos a galope numa qualquer reconstrução da nossa história pessoal, à cata de um antes e de um depois, de uma sequência lógica, de eixo de sentido que organizem o tempo e nos permitam, mais do que viver situações, construir memórias.

Enquanto formos capazes de fazer da nossa própria vida uma história com sentido, está tudo bem.

Uma boa visão das “Histórias de nós” escrita por Isabel Leal, psicóloga.

A vida é bela, importa vivê-la e construir as nossas histórias… as histórias de todos os dias.

Beijos e sejam felizes…

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