sábado, outubro 25, 2008

quero paz...



As vezes acho que sou um fraco… hoje nesta noite gelada de Outubro sinto-me assim, entre continuar e sair… escolhi o caminho mais fácil… SAIU!

Não mais fácil de concretizar, mas mais simples de colocar em prática. Dei catequese desde os 18 anos, apaixonei-me pelas pessoas, pelo acto em si, pela paróquia. Depois do amigo Padre Virgílio ter falecido, senti-me num barco sem comandante, mas continuei o meu caminho, sempre desenvolvendo aquilo que me pareceu ser o mais correcto e positivo.

Mas agora chega de confusões, de atritos, de quezílias… chega de me chatear, de me cansar… de andar nervoso… de engolir “sapos vivos”.

Faço aquilo que não me orgulho, não saiu magoado… apenas revoltado pelo rumo das coisas, das circunstâncias. Fui mimado, inflexível, intolerante, tantas e tantas vezes… Se calhar falta me crescer, amadurecer, viver…

Abandono o serviço activo na Paróquia, onde fui baptizado em Março de 1983, saiu porque preciso de paz… e lá não sinto que existe ambiente, nem clima que me proporcione esse momento…

Saiu com a consciência que este não é o caminho de um cristão autêntico… o cristão deve testemunhar Jesus Cristo no seio da sua comunidade, se calhar enfrentando marés, contra-tempos… mas hoje chega.

Quero levar o melhor que recebi de todas as pessoas, dos projectos, dos momentos mal vividos, dos sorrisos, das reuniões…

Um dia voltarei…

Não estou triste por sair, mas FELIZ por ter lá estado.

Bom trabalho…

Beijos e sejam felizes…

5 comentários:

Anónimo disse...

Compreendo a tua posição. Obrigado pela dedicação à paroquia onde entraste na família de Deus.

Rui Maia

Marlene disse...

Também me sinto perdida e um pouco à deriva. Culpados? Não há! Apenas eu.
Sinto-me triste com a tua saída. Fazes falta. Muita falta! Mas como te compreendo!
Acredito que não foi uma decisão leviana, mas gostava que o tempo te fizesse ver que quando se tem a certeza do que se faz, devemos continuar a remar contra a maré.
UM grande beijo.

Anónimo disse...

amigo, como eu te compreendo... partilho contigo os mesmos sentimentos... Ainda estou a ponderar muito bem que atitude tomar, pois muitos dos projectos hoje existentes foram por nós pensados, alinhavados e postos em prática. Sem ti, não faz qualquer sentido continuarem, pois nós somos aquela "dupla maravilha" que o nosso amigo Pe Virgílio tanto gostava e apoiava. Sinto-me como tu, um pouco à deriva e sem forças para "comandar" o barco dos nossos projectos sozinha. Mas como alguém me disse muito sabiamente no domingo, desistir neste instante é dar razão a quem nunca a teve, é abandonar um trabalho que assumimos SEMPRE, DURANTE TODO O ANO, sem pretendermos com isso ter protagonismo ou algum proveito próprio. Que Deus nos dê força e o nosso querido Pe Virgilio nos ajude a tomar a decisão certa.
Nao te vou dizer para reconciderares, pois já te conheço o suficiente, mas que quando quiseres recomeçar os nossos
projectos, sabes onde estou....
beijinhos
Catarina

Gonçalo disse...

A saída de uma pessoa, não é nem pode ser o motivo para o fim de qualquer projecto. Ninguém é insubstituível. Uma comunidade não é feita de um reduzido número de pessoas, mas sim de todos os seus elementos que de uma forma mais ou menos activa contribuem para o bem comum. A comunidade reúne e atrai outras pessoas igualmente capazes para continuar os projectos, melhorar ou desenvolver outros. Acredito que a bondade de todos levará o “barco” a bom porto. Bom trabalho.

Living Place disse...

Amigo Gonçalo,

Não sabia que tinhas saído da Catequese.... mas foi só da Catequese, pois Cristo está contigo, estará sempre e sempre esteve (lembra-te, até no teu airbag...).
Ás vezes temos que "abandonar o barco" para andar em frente e dar oportunidades aos outros.
Não sei o que se passou, sei que deve de ter sido muito grave para tomares essa decisão, mas só daqui a algum tempo é que perceberás se foi uma boa ou má decisão.
Segue sempre o caminho certo, toma atitudes certas, sê feliz e faz os outros felizez... algo tão simples e que quase ninguém se importa.
Beijinhos grandes