quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Passadiço do amor...

A seguir transcrevo “bocados” da crónica de domingo dia 16 de Abril de 2006 na Revista Notícias Magazine, da autoria de Eduardo Sá.

“Na verdade, o amor é tudo o que se avista quando se enxerga o coração do planalto de um abraço. (...) há quem ache o amor uma moda acabrunhada, quem se empanturre de tudo o que permita que não se dê pela sua falta, e quem pressinta que amar é ver mais longe. (...) Os primeiros perdem-se nos sonhos. Os segundos olham-nos de cima. (...) Os terceiros fazem dos sonhos o passadiço do amor. (...) Os que se perdem nos sonhos falam da ausência do amor, timidamente, evocando o cansaço. Ou reclamam-no, simplesmente, invadindo de ira todos os seus gestos. No fundo, temem-nos, de tanto o desejarem. (...) Os que olham de cima supõem que são as manhãs de sol quem abre persianas pelo coração. Acham o amor uma relação fora de moda e melhor que conseguem é encontrar a pessoa dos seus sonhos... para os próximos dias. (...) Já os outros reconhecem que, quando ponderamos acerca do que gostamos numa pessoa, já não gostamos dela: reparamos nos pormenores. (...) quando mais preponderante é um amor, mais a iminência da sua perda nos resolve. (...) por mais que não as tenham, que há relações que iluminam a alma e que incendeiam a paixão. E que serão elas quem chamamos amor. (...) Na verdade, amar é ver mais longe. Mais longe, até, do que se avista quando se enxerga o coração do planalto de um abraço. Saudar os sonhos com a inocência de quem procura neles um trilho especial. E perceber que tudo o que se sonha é pouco mais do que nada ao pé das relações que iluminam a alma e que incendeiam a paixão. E que só essas fazem dos sonhos o passadiço do amor.”

Beijos e sejam felizes...


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