Não vou aqui plasmar a minha opinião em relação ao debate do próximo dia 10 de Outubro na Assembleia da Republica. Apenas e só transcrever uma crónica interessante que li ontem da autoria de Vasco Barreto, que no fundo traduz de maneira exemplar a podridão e a forma ridícula como é vivida a política em Portugal.
“O PS vai (…) rejeitar dois projectos de lei que pretendem viabilizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A justificação do PS, diz-nos Alberto Martins, é a que esta proposta não consta do seu programa eleitoral, o mesmo em que se prometia a baixa de impostos e um referendo à Constituição Europeia. Os socialistas são bizarros: esquecem o que está no programa, mas tratam o que lá não está por mandamento – não aprovarás – de resto, paus-mandados serão os deputados do partido a 10 de Outubro, privados de liberdade de voto sobre uma questão que por ser “política”, parece deixar de ser do “foro íntimo”. É claro que ouvimos as desculpas da praxe: a “ausência de um debate aprofundado” – o assunto discute-se com amplidão há anos – e a de que “não é uma prioridade”, como se a lua-de-mel do João e do Pedro fosse agravar a crise. Só faltou alguém ressalvar que “até tem um amigo homossexual”, mas isso seria arriscado. O PS teme o eleitorado e é mesquinho por se recusar a dar a ideia de que vai reboque de outros – que também não são inocentes neste timing. Sócrates, em particular, sai ridicularizado.”
Beijos e sejam felizes…
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