observar...

Há pessoas que gostam de uma certa exposição... outras nem por isso. Confesso que prefiro observar. Não, não é simples curiosidade, mas tentar perceber como as pessoas agem, sem as tentar julgar. Observar... sem mais! Com a discrição e reserva de que gosto.

Partilhava este pensamento com um amigo, também ele gosta da observação, de estar sentado numa esplanada, a ver os gestos, a forma como se fala... a maneira de estar.

Dizia ele, por vezes não reconhecemos a cara das pessoas ao longe, mas identificamos as pessoas pela forma como andam, pelos gestos... acho esta capacidade extremamente interessante. Somos todos diferentes, mas no fundo tão iguais...

Beijos e sejam felizes..

end...

E assim chega ao fim, um período menos simpático da minha vida. Agora é altura de arrumar as coisas, fechar gavetas… recomeçar. E claro, como sempre acontece nas grandes dificuldades e confusões, levar alguma coisa de ensinamento para a vida…

Eu levo algo muito importante, aos poucos tenho de me tornar mais paciente, menos intempestivo, menos radical… cheguei a um ponto importante, o reconhecimento do que está mal… só falta os restantes passos… avançar no sentido de uma mudança progressiva e consciente.

Agora também é altura de recomeçar devagar, deixar que o tempo fale e dê também as suas respostas e opiniões. O que estiver mal poderá ser emendado, o resto ficara…

Não posso deixar de referir as pessoas fantásticas que povoam a minha vida, algumas que compreenderam a minha fase e me apoiaram incondicionalmente, outras que manifestaram o seu desagrado e ponto de vista, mas que nunca me viraram as costas. São todos eles e elas que são importantes na minha vida… e uma vez mais… fico feliz, muito feliz mesmo… porque estou cheio de pessoas que amo e que amam verdadeiramente. OBRIGADO!

Beijos e sejam felizes...

caminhos...

Como na fotografia, muitas vezes por teimosia, orgulho ou outra característica qualquer assumimos um caminho diferente daquele que estava por nós traçado… que trilhávamos como nosso. E nessa nova caminhada, por vezes deparamo-nos com novas realidade mais enriquecedoras, mas também pode acontecer o contrário… pode surgir a urgência de regressar ao ponto de partida, de voltar para traz, de percorrer aquele trilho que deixamos. E aí, seremos fracos? Não… claramente somos fortes, quando reconhecemos que tomamos as atitudes e as decisões erradas, crescemos para os outros e para nós… Saímos reforçados e vencedores!

Boa quarta… esta muito gelada!!

Beijos, sejam felizes…

Já é segunda-feira!

A semana começou cinzenta e chuvosa. Parece que o tempo está doente, todos nós recebemos um pouco deste “cinzentão”, ficamos mais recolhidos, ensonados, com vontade de dormir e nada fazer.

No entanto, temos de continuar… não nos podemos deixar dominar pelas nuvens e pela chuva… a vida continua sempre e é essa certeza que nos faz avançar…

Amanha será outro dia…

Beijos e sejam felizes…

a minha culpa...

Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem

Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem...

Sou um reflexo... um canto de paisagem

Ou apenas cenário! Um vaivém

Como a sorte: hoje aqui, depois além!

Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem

De um doido que partiu numa romagem

E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...

Sou um verme que um dia quis ser astro...

Uma estátua truncada de alabastro..

Uma chaga sangrenta do Senhor...

Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,

Num mundo de maldades e pecados,

Sou mais um mau, sou mais um pecador...

Florbela Espanca

Bom domingo…
Beijos, sejam felizes…

quero paz...

As vezes acho que sou um fraco… hoje nesta noite gelada de Outubro sinto-me assim, entre continuar e sair… escolhi o caminho mais fácil… SAIU!

Não mais fácil de concretizar, mas mais simples de colocar em prática. Dei catequese desde os 18 anos, apaixonei-me pelas pessoas, pelo acto em si, pela paróquia. Depois do amigo Padre Virgílio ter falecido, senti-me num barco sem comandante, mas continuei o meu caminho, sempre desenvolvendo aquilo que me pareceu ser o mais correcto e positivo.

Mas agora chega de confusões, de atritos, de quezílias… chega de me chatear, de me cansar… de andar nervoso… de engolir “sapos vivos”.

Faço aquilo que não me orgulho, não saiu magoado… apenas revoltado pelo rumo das coisas, das circunstâncias. Fui mimado, inflexível, intolerante, tantas e tantas vezes… Se calhar falta me crescer, amadurecer, viver…

Abandono o serviço activo na Paróquia, onde fui baptizado em Março de 1983, saiu porque preciso de paz… e lá não sinto que existe ambiente, nem clima que me proporcione esse momento…

Saiu com a consciência que este não é o caminho de um cristão autêntico… o cristão deve testemunhar Jesus Cristo no seio da sua comunidade, se calhar enfrentando marés, contra-tempos… mas hoje chega.

Quero levar o melhor que recebi de todas as pessoas, dos projectos, dos momentos mal vividos, dos sorrisos, das reuniões…

Um dia voltarei…

Não estou triste por sair, mas FELIZ por ter lá estado.

Bom trabalho…

Beijos e sejam felizes…

Eis a latada...

Nunca fui grande amante da Latada, sempre gostei muito mais da Queima, talvez seja do tempo frio que faz em finais de Outubro que contrasta com os primeiros calores de finais de Maio.

Na noite de quarta-feira, Coimbra recebeu mais uma serenata. Os estudantes e curiosos juntaram-se na Via Latina para o inicio dos festejos da Festa das Latas 2008. Ontem o agitação na cidade era muita. A beleza de Coimbra, quando a escuridão cobre a cidade, era invadida por multidões de estudantes que se encaminhavam para a Praça da Canção, para o tradicional Sarau Académico. Assim se iniciam as noites do outro lado do rio, com Coimbra como testemunha e guarda. São 7 noites onde tudo vale, deixam-se as regras, por vezes infelizmente esquecem-se os valores, e tudo é possível, tudo é valido, o que conta é mesmo a diversão, por vezes a qualquer custo.

Apesar de ainda ser estudante, estas festas cada vez me tocam menos... não nego que adoro a noite, a agitação, a musica, a liberdade... Mas gosto mais do aconchego de um bar ou discoteca, rodeado de pessoas que goste, num ambiente mais confortável.

E Coimbra volta a ser a cidade dos amores, dos afectos, da saudade... Coimbra esta cidade mística, com quem tenho uma relação de amor-odio, volta acolher cada estudante... como só ela, tão bem sabe fazer... É Coimbra no seu melhor... a festa começou... 7 dias que ficarão para mais tarde recordar...

Boa Latada...

Beijos e sejam felizes...

o que procuro...

Sei que nunca terei o que procuro
E que nem sei buscar o que desejo,
Mas busco, insciente,
no silêncio escuro
E pasmo do que sei que não almejo.

Fernando Pessoa

Ando à procura... talvez de TI, que estiveste e estas sempre ao meu lado...

Beijos e sejam felizes...

preconceito...

Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.

Albert Einstein

Bom sabado.

Beijos e sejam felizes...

dicionário imperfeito.

Não sei o que acontecerá quando formos todos funcionários aureolados pela organização de aparências que acentua a satisfação dos privilégios. A aparência vai tomando conta até da vida privada das pessoas. Não importa ter uma existência nula, desde que se tenha uma aparência de apropriação dos bens de consumo mais altamente valorizados. Há de facto um novo proletariado preparado para passar por emancipação e conquistas do século. As bestas de carga carregam agora com a verdade corrente que é o humanismo em foco — a caricatura do humano e do seu significado.

Agustina Bessa-Luís, in 'Dicionário Imperfeito'

Boa sexta-feira...

Beijos e sejam felizes...

solidão...

Artur Schopenhauer, filosofo alemão do século XIX, escreveu sobre solidão e viver sozinho, disse ele:

"A solidão concede ao homem intelectualmente superior uma vantagem dupla: primeiro, a de estar só consigo mesmo; segundo, a de não estar com os outros. Esta última será altamente apreciada se pensarmos em quanta coerção, quantos estragos e até mesmo quanto perigo toda a convivência social traz consigo. «Todo o nosso mal provém de não podermos estar a sós», diz La Bruyère. A sociabilidade é uma das inclinações mais perigosas e perversas, pois põe-nos em contacto com seres cuja maioria é moralmente ruim e intelectualmente obtusa ou invertida. O insociável é alguém que não precisa deles. Desse modo, ter em si mesmo o bastante para não precisar da sociedade já é uma grande felicidade, porque quase todo o sofrimento provém justamente da sociedade, e a tranquilidade espiritual, que, depois da saúde, constitui o elemento mais essencial da nossa felicidade, é ameaçada por ela e, portanto, não pode subsistir sem uma dose significativa de solidão. Os filósofos cínicos renunciavam a toda a posse para usufruir a felicidade conferida pela tranquilidade intelectual. Quem renunciar à sociedade com a mesma intenção terá escolhido o mais sábio dos caminhos. "

Ontem à noite, a amiga Isabel, comentava, que aprender a viver sozinho como opção poderá ser saudável… ora aqui está… estar sozinho por opção, rodeado de outras pessoas… só pode trazer algo de bom, poderá ser o espaço necessário para nos conhecermos interiormente… Este é sem duvida o meu caminho…

Beijos e sejam felizes…

tudo efemero...

Vivemos na sociedade do desperdício. Nada se fabrica para durar, o efémero é a regra. Compra-se pela simples fobia de comprar, sem pensar na real necessidade que nos pode trazer. Quantas vezes isso nos sucedeu? Quanta tralha inútil povoa as prateleiras das nossas casas? Há que parar para pensar, estamos a esgotar recursos de uma forma assustadora!

Até a beleza é efémera, ontem comentava com o João, exactamente esta realidade. Tudo é muito passageiro e volátil. Se a beleza não fosse tão breve, não teria qualquer interesse. Fazia o paralelismo com o por do sol, este é belo e agradável, porque é efémero, passageiro, desaparece... Se assim não fosse, não tinha qualquer interesse, era algo corriqueiro, sempre presente...
Hoje com este sol... quero ficar deslumbrado com a beleza breve, que desaparece...

Beijos e sejam felizes...

pensamento...

Se tu tivesse que identificar, numa palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria ‘reuniões’.

É necessário parar...

Muitas e muitas vezes somos os nossos principais adversários sem nos darmos conta. Criamos problemas que na realidade não existem. Complicamos o que é fácil. Paremos um pouco para pensar e tentar perceber na realidade como somos. Depois de nos percebermos estamos aptos para entender os outros.

Viver não custa muito... é necessário aceitar as coisas e os acontecimentos. Tentar perceber o seu significado, vive-los e esquece-los... levando para a vida apenas o que é bom de guardar...

Boa semana...

Beijos e sejam muito felizes...

Já não me importo

Já não me importo

Até com o que amo ou creio amar.

Sou um navio que chegou a um porto

E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta

Do que quis ou achei.

Cheguei da festa

Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente

A quem sou ou suponho que mal sou,

Fito a gente

Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar

Que, sem o poder ver,

Sei que é sem ar

De olhar a valer.

E só me não cansa

O que a brisa me traz

De súbita mudança

No que nada me faz.

Fernando Pessoa

Estou a gostar de aprender a ser sozinho…

Bom domingo…

Beijos e sejam felizes…

casamento chumbado...

“Hoje dia, 10 de Outubro, a Assembleia da República será chamada a votar projectos que estabelecem finalmente a igualdade no acesso ao casamento.
Esta é uma questão de direitos fundamentais, é uma questão de cidadania, é uma questão que determina a qualidade da nossa democracia. Trata-se de acabar com a humilhação de muitas mulheres e muitos homens que são ainda discriminadas/os na própria lei por causa da sua orientação sexual ou identidade de género.
A Assembleia da República terá a oportunidade de afirmar o seu empenho na luta pela igualdade e pela liberdade – e a oportunidade simples de contribuir para a felicidade de muitas pessoas.
O fim da exclusão baseada no sexo no acesso ao casamento civil consegue-se com uma pequena alteração no texto de uma lei, que não implica custos nem afecta a liberdade de outras pessoas. Porém, será um enorme passo no sentido da igualdade e contra a discriminação. E como demonstraram as discussões sobre o voto para as mulheres ou sobre o fim do apartheid racista na África do Sul, o preconceito que existe na sociedade não pode nunca justificar a negação de direitos fundamentais. Pelo contrário, votar contra a igualdade é legitimar e encorajar a discriminação.
Esta votação representa por isso uma enorme responsabilidade, pelas implicações que terá no reforço ou na recusa do preconceito.”

O excerto que acima transcrevi faz parte de um e-mail que a PortugalGay formulou para que todos os que concordem com o fim da discriminação enviem aos deputados e deputadas da Assembleia da Republica.

Hoje votasse a lei que permitiria o casamento homossexual, com a clara intenção de voto contra do grupo parlamentar do PS, a lei ficará exactamente como está. Ontem reflectia com amigos exactamente a questão homossexual. Não acho certo, nem razoável que se trate o diferente como igual. Não concordo com o casamento entre homossexuais. O casamento é sempre um vínculo entre pessoas de sexos diferentes, que podem e devem constituir família, leia-se ter filhos.
No entanto, sou a favor de uma forma jurídica (sem nome de casamento) que proteja e salvaguarde os interesses dos casais homossexuais. Sou a favor do fim da discriminação, a favor da possibilidade dos homossexuais terem os mesmos direitos legais e jurídicos que os casais homossexuais.

Espero e atrevo-me a dizer que esperamos todos, que na próxima legislatura, esta temática possa ser debatida conscientemente na sociedade civil e no hemiciclo e que os direitos de todos possam sair salvaguardados.

Beijos e sejam felizes…

sabias?

voltei...

Depois de alguns dias afastado, onde aproveitei para arrumar ideias e aprender a ser sozinho… regressei…

Regresso melhor do que parti, com gavetas fechadas, ideias no lugar, com coincidência daquilo que não quero… Parto agora sozinho e não só.

Só tem um sentido e uma força negativa, estamos só, quando nada lá fora ou cá dentro nos acolhe, nos deslumbra, nos faz viver…

Estamos sozinhos, quando por nossa vontade queremos caminhar assim, com o peso das nossas decisões, com a angústia das gavetas que (sozinhos) fechamos, com alegria e sorrisos daqueles que sabemos que verdadeiramente nos amam. Quero aprender a estar sozinho… rodeado apenas daqueles poucos seres mágicos que amam verdadeiramente, que me acolhem, me protegem, me criticam, me ajudam…

Quero estar sereno, consciente, tranquilo e em paz comigo e com os outros. Chega de confusões, de sentimentos mal vividos, de palavras mal encaixadas… Quero apenas estar sozinho… rodeado daqueles que escolhi para AMAR!

Termino com um excerto de Miguel Sousa Tavares, do seu livro “Não te deixarei morrer, David Crockett”.

“… e de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastarem, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre…”

Beijos, sejam felizes…